A Disney anunciou uma parceria estratégica de um bilhão de dólares com a OpenAI, desenvolvedora de ferramentas de IA como o modelo de vídeo Sora, gerando imediata reação do sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos. O Writers Guild of America (WGA) emitiu um comunicado contundente aos seus membros, classificando o acordo como uma legitimação do “roubo do nosso trabalho”.
Na mensagem divulgada, o sindicato argumenta que a Disney, ao fechar esse negócio, transfere o valor criado por seus profissionais para uma empresa de tecnologia que, segundo a WGA, construiu seu negócio com base em material protegido. A entidade acusa sistemas como os da OpenAI de terem sido treinados com vastas bibliotecas de obras pertencentes aos estúdios e criadas por membros do sindicato, sem a devida autorização ou compensação.
Como resposta direta, o WGA informou que buscará uma reunião com a Disney para investigar os termos detalhados da parceria. O foco será entender em que medida o conteúdo gerado por usuários nas futuras ferramentas utilizará o trabalho intelectual protegido dos associados. O sindicato reafirmou seu compromisso de lutar pelos interesses criativos e econômicos de roteiristas e criadores no cenário de avanço acelerado da inteligência artificial.
Relatórios da imprensa especializada indicam que a integração da tecnologia da OpenAI, particularmente do Sora, permitirá que fãs gerem clipes com personagens de franquias gigantescas da Disney, como Star Wars, Marvel (MCU), Pixar e até Alien. Essa perspectiva amplia o alcance e as preocupações em torno do uso de propriedade intelectual.
Em contraponto às críticas, o CEO da Disney, Bob Iger, defendeu a aliança em comunicado oficial. Iger descreveu a evolução da IA como um momento crucial para a indústria do entretenimento, capaz de moldar novas formas de criar e compartilhar histórias. O executivo posicionou o acordo como uma “extensão bem considerada e responsável” da missão narrativa da companhia, garantindo que a inovação será conduzida com respeito à proteção dos criadores e de seus trabalhos originais. Iger finalizou afirmando que a parceria demonstra como líderes criativos e empresas de tecnologia podem colaborar para uma inovação responsável que beneficie a sociedade, honre a criatividade humana e expanda o alcance das obras para novas audiências. O impasse coloca em evidência o tenso debate entre a adoção de tecnologias disruptivas e a proteção dos direitos autorais na era digital.








