A Netflix formalizou sua intenção de preservar a autonomia operacional da Warner Bros. Discovery caso conclua sua aquisição histórica, avaliada em cerca de US$ 83 bilhões. O compromisso foi divulgado no site “Netflix + Warner Bros.”, criado para detalhar as premissas estratégicas da fusão, incluindo a proteção de empregos e o investimento contínuo na produção norte-americana.
De acordo com o comunicado oficial, as empresas atuarão de forma complementar, mas independente, mantendo suas respectivas equipes de gestão. Essa estrutura garante a permanência de nomes como James Gunn e Peter Safran no comando criativo da DC Studios. A Netflix ainda promete ampliar os investimentos em filmes e séries originais, reforçando uma contribuição econômica que ultrapassou US$ 125 bilhões nos últimos quatro anos nos Estados Unidos.
Este megacombo redefiniria o panorama do entretenimento global, integrando o vasto catálogo da Warner — que inclui HBO, Max e franquias cinematográficas icônicas — ao ecossistema da líder de streaming. A mudança sinaliza uma evolução no modelo de crescimento da Netflix, que tradicionalmente dependia de produções próprias e licenciamentos, passando a incorporar ativos tradicionais de Hollywood.
A transação, no entanto, enfrenta um rigoroso crivo regulatório. Grupos antitruste no Congresso dos EUA já solicitam análises aprofundadas sobre concentração de mercado e impactos na concorrência. A concorrente Paramount questionou publicamente a transparência do processo, acusando a Warner Bros. Discovery de favorecer a Netflix, enquanto políticos republicanos manifestaram preocupação com o poder ampliado da plataforma.
O fechamento do negócio depende agora de aprovações governamentais, um processo que pode se estender por 2026. Enquanto isso, o setor acompanha as repercussões de uma fusão que pode consolidar uma nova era no streaming e na produção audiovisual mundial, unindo gigantes sob um mesmo guarda-chuva estratégico, porém com operações distintas.









