Quando anunciaram o live-action de Como Treinar o Seu Dragão, a internet encheu-se de críticas. “Mais um remake desnecessário”, “Vão estragar a animação”, “Por que mexer no que já é perfeito?”. Eu? Estava pronto para essa aventura. Desde que o primeiro filme animado da DreamWorks chegou em 2010, essa história faz parte de mim – e eu precisava ver Soluço, Astrid e Banguela ganhando vida em carne, osso e CGI.
Após assistir, afirmo com segurança: Dean DeBlois e sua equipe não só honraram o original como criaram uma experiência que, em muitos momentos, supera expectativas.
Como Treinar o Seu Dragão não é só uma animação – é parte da minha história familiar. Foi com essa franquia que iniciei minha irmã no mundo da literatura. Lembro como se fosse hoje: dei a ela o primeiro livro de Cressida Cowell, e ela o devorou numa tarde. Na semana seguinte, veio o segundo. Comprei a coleção inteira, e líamos juntos, capítulo por capítulo, discutindo cada detalhe. Os filmes da DreamWorks consolidaram esse amor – choramos juntos no cinema com o final da trilogia. Agora, 15 anos depois, esse mundo viking de Berk ganha vida em live-action.
O maior medo dos fãs era: “Será que o Banguela em CGI capturaria a magia do original?”. A resposta? Absolutamente sim! O design do dragão é fiel, com detalhes realistas que o tornam mais expressivo. Seus olhos grandes e o “sorriso bobo” permanecem, mas agora quase sentimos a textura de suas escamas. Mason Thames como Soluço foi uma escolha perfeita. Ele traz a mesma mistura de vulnerabilidade e coragem que fez o personagem amado, sem cair em imitações caricatas. As cenas de voo, especialmente a primeira sequência com “Test Drive” ao fundo, são de tirar o fôlego. A fotografia de Bill Pope (The Matrix, Spider-Man) e os efeitos visuais da Framestore fazem você sentir o vento no rosto.
Gerard Butler como Stoico é tão bom quanto no original (sim, ele é a voz original do Stoico na animação!). Sua presença imponente e o olhar cheio de orgulho e preocupação pelo filho funcionam perfeitamente. Nico Parker como Astrid traz uma energia diferente – menos agressiva que a versão animada, mas com uma determinação crescente. Os vikings de Berk em live-action são como eu imaginava nos livros: brutamontes, barulhentos e, no fundo, uns sentimentais.
John Powell voltou para recompor a trilha – e que presente! Temas como “Forbidden Friendship” e “Romantic Flight” ganharam novos arranjos, mantendo a essência que nos fez chorar em 2010. Quando “This Is Berk” tocou nos créditos iniciais, arrepiei-me todo. Sabia que estava de volta àquele mundo.
O filme repete alguns diálogos do original, o que tira a surpresa para quem conhece a animação. Também não explora novidades na trama – quem viu o primeiro filme sabe o que acontece. Honestamente? Nada disso importa. O filme não quer reinventar a roda – quer celebrar uma história amada, e faz isso com tanto carinho que é impossível não se emocionar.
Como Treinar o Seu Dragão live-action não é uma reinvenção, mas uma celebração vibrante. Existe para quem cresceu com essa história e quer revivê-la de uma nova forma – ou para apresentar Berk a uma nova geração. E cumpre esse papel com louvor.
Ao fim dos créditos, entendi: este filme nunca foi só sobre dragões. É sobre laços, crescimento e encontrar sua tribo – seja de vikings, dragões ou irmãos que compartilham paixões.
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Se você ama a animação, ASSISTA!
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Se nunca viu, ASSISTA!
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Se acha live-action ruim, DÊ UMA CHANCE!
Este é um daqueles raros remakes que entendem o coração do original – e me fez sentir tudo de novo.
10/10 – Imperdível!