Numa era saturada de super-heróis, onde o Marvel Studios se viu envolto em uma teia de críticas, “As Marvels” emerge como uma promessa de resgate, uma tentativa audaciosa de reacender a chama que um dia iluminou o MCU.
A narrativa do filme nos leva além do clichê, adentrando na jornada de Kamala Khan, interpretada com encanto por Iman Vellani. A cena simbólica, onde o peso do heroísmo é percebido, ressoa como um toque de maturidade no MCU.
A diretora Nia DaCosta emerge como uma catalisadora desta mudança, resgatando a graça das fases iniciais do MCU. O filme não se contenta em ser apenas mais uma engrenagem no esquema de pirâmide dos lançamentos, mas encontra seu propósito intrínseco, explorando falhas, inseguranças e a humanidade das protagonistas. A construção do universo, longe de ser genérica, destaca-se pela diferenciação de cada planeta visitado, abraçando até mesmo a breguice de maneira envolvente.
‘As Marvels’ reúne três heroínas das HQs no ‘mundo cósmico’ da Capitã Marvel, diz diretora
Para a diretora Nia DaCosta (“A lenda de Candyman”), a ideia era dar tempo e espaço igual para cada uma, por mais que se trate de uma continuação – mais ou menos – direta do filme da primeira.
“Funciona muito bem para a história da Kamala e da Monica, elas serem jogadas nesse mundo cósmico gigante, porque passamos tanto tempo com elas como heroínas mais da vizinhança, basicamente.”
“Era uma mistura de nos certificarmos que atenderíamos a história da Carol, mas também dar bom tempo de tela e de trama para as outras duas heroínas”, diz a cineasta, a pessoa mais jovem a dirigir um filme da Marvel, em entrevista ao g1.
A vilã Kree, Dar-Benn, pode não ser a mais cativante, mas desempenha eficientemente seu papel narrativo, impulsionando Carol, Monica e Kamala numa viagem colorida pela galáxia. O filme, ao debater temas sérios como imperialismo e preservação ambiental, equilibra sabiamente a seriedade com uma aventura carismática. O humor, nascido do estranhamento cultural, acrescenta uma dimensão rica à trama.
“As Marvels” não é uma reinvenção, como apontado anteriormente, mas sua habilidade de se sustentar como uma narrativa coesa, conectando-se organicamente a outros títulos do MCU, é uma conquista digna de nota. Mesmo reconhecendo suas imperfeições, como transições de cena ligeiramente truncadas, o filme oferece um retorno ao envolvimento emocional, algo que parecia perdido em meio ao tumulto de lançamentos.
Park Seo-joon foi “primeira e única escolha” para Príncipe Yan
Nunca houve dúvida na mente da diretora Nia DaCosta quando o assunto era escalar o ator perfeito para interpretar o Príncipe Yan, regente do excêntrico planeta de Aladna e um velho conhecido de Carol Danvers (Brie Larson), em As Marvels. Segundo a produtora Mary Livanos, a primeira e única opção de DaCosta era o sul-coreano Park Seo-joon.
“Desde o começo, quando estávamos conversando sobre trazer o Príncipe Yan para as telas, neste planeta extremamente musical de Aladna, Nia DaCosta disse: só há um ator que pode interpretar esse papel. Ela estava falando de Park Seo-joon”, declara ela ao site Omelete.
Duração curta não foi pré-definida: “Melhor versão da história”
Com 1h45 de duração, As Marvels é o filme mais curto da história do universo cinematográfico Marvel – mas, segundo a produtora Mary Livanos, isso não foi resultado de uma escolha deliberada da equipe de bastidores, ou um aceno calculado ao discurso sobre a duração excessiva da maioria dos épicos de super-heróis de Hollywood.
“A duração de As Marvels não foi pré-definida. Nós simplesmente buscamos a melhor versão possível da história que tínhamos para contar”, comenta ela ao Omelete. “Acontece que a junção dessas três personagens, e de seus poderes, resulta em um tipo de aventura muito propulsiva e ágil.”
“As Marvels” é um convite a redescobrir o essencial, um lembrete de que, no coração do universo cinematográfico da Marvel, há uma chama que pode ser reacendida com ousadia e humanidade.
As Marvels é um filme norte-americano que serve como sequência para Capitã Marvel, lançado em 2019 e protagonizado por Brie Larson (O Quarto de Jack, Lessons in Chemistry). No novo longa, a Capitã – também conhecida como Carol Danvers (Larson) – está de volta para mais uma missão: agora, ela precisa lidar com consequências não intencionais que a levam a carregar o fardo de um universo desestabilizado. Porém, enquanto tenta resolver o problema, Denvers vai parar acidentalmente em um buraco de minhoca anômalo, que faz com que seus poderes acabem entrelaçados aos de outras duas heroínas. Envolvidas em um misterioso fenômeno que faz com que elas troquem de lugar sem entender a causa para tal, nascem As Marvels: a superfã Kamala Khan (Iman Vellani), também conhecida como Ms. Marvel, e a sobrinha afastada de Carol, capitã Monica Rambeau (Teyonah Parris), que agora trabalha como astronauta do programa S.A.B.E.R..