“Oppenheimer”, a mais recente obra-prima do consagrado diretor Christopher Nolan, é uma produção cinematográfica que transcende os limites do cinema convencional. Com sua genialidade característica, Nolan nos brinda com uma cinebiografia cativante sobre o físico americano Julius Robert Oppenheimer, o cérebro por trás da temível bomba atômica. Em uma narrativa primorosa que perpassa o tempo e os dilemas humanos, o filme nos convida a explorar o paradoxo entre a ciência e a destruição, numa história que desafia nossa própria existência.
Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan – que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Além de Cillian, o elenco também traz nomes como Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr., Florence Pugh, Gary Oldman, Jack Quaid, Gustaf Skarsgård, Rami Malek e Kenneth Branagh.
Assim como nos filmes anteriores de Nolan, “Oppenheimer” mergulha em temas profundos e filosóficos, brincando com o espaço e o tempo. A cinebiografia nos conduz por camadas fascinantes, revelando as complexidades de Robert Oppenheimer, interpretado magistralmente por Cillian Murphy. O filme não se limita apenas à figura científica, mas também mergulha em seus relacionamentos e dilemas morais, apresentando-o como uma figura divina, o “Deus da Morte”. Em contrapartida, temos o icônico Albert Einstein, interpretado por outro brilhante ator, desafiando a própria humanidade com suas teorias revolucionárias.
Com três horas de duração, “Oppenheimer” mantém um ritmo sensacional, mesmo ao lidar com um assunto denso e complexo. A direção impecável de Nolan nos envolve em uma experiência cinematográfica única, repleta de aspectos técnicos excepcionais, como as filmagens em película i-Max e a trilha sonora tonitruante que nos arrebata emocionalmente. A edição meticulosa conduz a narrativa em diversas camadas, transformando a história em uma verdadeira jornada de suspense e mistério, onde o maior enigma é a mente do próprio protagonista.
O filme é uma viagem pela mente de Oppenheimer, uma personalidade dualista que, determinado a provar sua teoria, desencadeia um processo aterrorizante ao transformar a teoria em prática. A cinebiografia nos leva a refletir sobre como nossas escolhas podem moldar o futuro da humanidade. Ao testemunhar o genocídio de Hiroshima e Nagasaki, o espectador é confrontado com os horrores e as consequências devastadoras da criação da bomba atômica. A trajetória de Oppenheimer nos alerta para a ameaça constante da autodestruição humana, deixando-nos com uma sensação aterrorizante e silenciosa.
“Oppenheimer” é mais uma obra-prima na trajetória brilhante de Christopher Nolan, que desafia as fronteiras do cinema e da mente humana. Com sua abordagem única e reflexiva, o filme nos conduz por uma jornada intrigante sobre o poder da ciência e as consequências de nossas escolhas. Com performances excepcionais, direção impecável e uma narrativa envolvente, “Oppenheimer” permanece conosco muito após o término da projeção. Uma experiência cinematográfica obrigatória para os amantes do bom cinema e da reflexão sobre a condição humana.
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Uma revolução científica que transformou, para sempre, a história do mundo. A vida do cientista que criou a primeira bomba atômica está nos cinemas: “Oppenheimer”. J. Robbert Oppenheimer levou a física quântica para os Estados Unidos, mas ficou conhecido mesmo como o “pai da bomba atômica”. Ele chefiou o projeto que desenvolveu a arma durante a Segunda Guerra, em corrida com os nazistas.
Com a destruição de Hiroshima e Nagasaki, ele se arrependeu, e virou um pacifista.
“Ele mudou o mundo. Para o bem ou para o mal vivemos no mundo de Oppenheimer, e viveremos para sempre”, diz Christopher Nolan, diretor do filme.