O megacombo de US$ 82 bilhões entre a Netflix e a Warner Bros. Discovery encontra um obstáculo político de grandes proporções. Fontes próximas à administração do presidente eleito Donald Trump indicam uma forte inclinação para barrar a transação, colocando em risco uma das maiores aquisições da história do entretenimento. A resistência da Casa Branca transforma o cenário, criando uma situação em que a Warner Bros. pode sair financeiramente beneficiada mesmo com o colapso do negócio, podendo embolsar uma multa rescisória de US$ 5,8 bilhões.
Os bastidores revelam um jogo de poder que vai além dos números. A reunião entre o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, e Donald Trump em novembro teria deixado a impressão de que não haveria oposição formal. No entanto, a decisão da Warner de rejeitar uma oferta anterior da Skydance, empresa ligada à família Ellison (que tem relações próximas com Trump), teria gerado um clima de retaliação política. Enquanto a Netflix acreditava ter um caminho livre, a Casa Branca agora sinaliza que usará sua influência perante os órgãos reguladores, como o Departamento de Justiça, para impedir a consolidação por questões de monopólio.
Analistas do mercado financeiro e reguladores anônimos da futura administração Trump afirmam que a probabilidade de a Warner receber a multa bilionária é maior do que a aprovação efetiva da venda para a Netflix. O acordo, que definiria o futuro de franquias icônicas como Superman e Batman, agora navega em águas turbulentas. A Paramount, através da Skydance, surge como uma força oposta, fazendo campanha contra a reputação da Netflix em Hollywood e se mantendo à espreita para uma possível oferta hostil caso a janela de oportunidade se reabra.
Este impasse marca um capítulo decisivo na conquista do Vale do Silício sobre o entretenimento tradicional. A saga envolve encontros secretos, orgulho de bilionários e quantias recordes de dívida, ilustrando a transformação da Netflix de uma locadora de DVDs para uma potência global. Enquanto o desfecho regulatório pode levar meses, o estúdio Warner Bros. Discovery se prepara para seus próximos lançamentos cinematográficos, como “The Batman – Part II” e “Superman: O Homem do Amanhã”, previsto para 2026, independentemente do resultado desta batalha corporativa e política.









