O premiado espetáculo da Broadway, Hamilton, chega pela primeira vez aos cinemas brasileiros hoje, 25 de setembro de 2025, com exibições selecionadas, prometendo transportar para as telonas a força de um marco cultural. A filmagem, realizada em 2016 no The Richard Rodgers Theatre, em Nova York, é a criação genial de Lin-Manuel Miranda e redefiniu o conceito de teatro musical ao mesclar hip-hop, R&B e pop. A narrativa acompanha a intensa jornada de Alexander Hamilton, imigrante caribenho que se tornou uma figura central na Revolução Americana e o primeiro Secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
Aproveitando a chegada inédita desta aclamada produção aos cinemas, é fundamental entender o impacto cultural e comercial que transformou Hamilton em um verdadeiro fenômeno da cultura pop.
Muito antes da versão de Lin-Manuel Miranda, a história do pai fundador já havia chegado à Broadway. Em 1917, uma peça também intitulada Hamilton, escrita por Mary Hamlin e estrelada por George Arliss, abordou a vida de Alexander Hamilton. Embora tenha sido bem recebida pela crítica da época, a produção acabou sendo esquecida ao longo do tempo, em contraste com o sucesso avassalador e duradouro do musical contemporâneo.
Para dar vida à ascensão de Alexander Hamilton, que se tornou braço direito de George Washington na Guerra Revolucionária e ajudou a moldar a Constituição americana, Miranda utilizou o hip-hop como ferramenta dramática. Ao combinar hip-hop, R&B e pop, o criador conseguiu introduzir diálogos e letras mais rápidos. O resultado é um espetáculo com aproximadamente 20.520 palavras, apresentado no ritmo impressionante de 144 palavras por minuto. Uma curiosidade notável é que, se Hamilton fosse apresentado no ritmo lento de clássicos da Broadway como Oklahoma! (1943) ou O Fantasma da Ópera (1986), sua duração poderia facilmente se estender por quatro a seis horas.
A ideia para o musical teve um longo processo de maturação. Inspirado por grandes obras como Os Miseráveis (1980), Miranda levou um ano inteiro para compor a primeira canção original e mais um para a segunda. Em 2009, quando os primeiros rascunhos de sua obra estavam prontos, ele apresentou um rap inicial em uma noite de música e poesia na Casa Branca. A performance de estreia foi recebida com aplausos de pé do então presidente Barack Obama e da primeira-dama Michelle Obama, um momento que validou o potencial da produção.
Outro ponto que reforça a relevância cultural de Hamilton é o seu elenco diverso. Embora os fundadores dos Estados Unidos fossem homens brancos, Lin-Manuel Miranda escalou artistas majoritariamente negros e latinos para os papéis principais. Miranda resumiu essa escolha em 2015, dizendo: “Esta é uma história sobre a América de então, contada pela América de hoje”, um movimento que destaca a importância da diversidade e da contribuição dos imigrantes na formação do país.
Desde sua primeira apresentação off-Broadway em 2015, Hamilton rapidamente conquistou o público e a crítica. No ano seguinte, consolidou seu status de clássico moderno ao vencer o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical, conquistar o prestigioso Prêmio Pulitzer de Drama e faturar 11 estatuetas no Tony Awards, incluindo Melhor Musical, Melhor Livro e Melhor Trilha Sonora Original. Em 2020, sua versão filmada, originalmente disponibilizada no Disney+, recebeu o Emmy de Melhor Especial de Variedades (Pré-Gravado), comprovando seu sucesso em múltiplas plataformas.
Hamilton estreia pela primeira vez nos cinemas brasileiros em 25 de setembro, em exibições selecionadas.

 
					








