Antes de começar a falar de Dead Space Remake, eu queria deixar um conselho que pode mudar COMPLETAMENTE sua experiência com esse jogo. Se você possui um bom Headset, pegue ele agora, acople no seu controle, e se prepare pra sustos como nunca antes. Um headset de boa qualidade vai mudar a forma como você aproveitara o jogo. Dito isso, vamos pro review.
O survival horror como ele deveria ser.
Durante todo o tempo em que joguei Dead Space, vivi constantemente com medo do que poderia estava por vir. Nunca recebi nenhuma garantia de que haveria um espaço seguro para organizar meus pensamentos, e a atmosfera era tão tensa e claustrofóbica que nunca poderia me preparar de acordo com a arma que deveria ter equipado ou como abordar uma nova área da Ishimura. Este remake do clássico de 2008 é a verdadeira representação do que deveria ser o survival horror.
O ótima DEAD SPACE agora na sua versão SUPREMA e com legendas em português
A EA e a Motive Studio trouxeram várias mudanças e acréscimos em cima do jogo original, mas ainda conseguiram manter o que tornou esse jogo um sucesso tão notável ( e um dos meus títulos favoritos jogado em 2008 no Xbox 360). A história que já era envolvente, agora ganha camadas adicionais que enriquecem os personagens e a narrativa como um todo. Além disso, conte com o acréscimo de novos logs de texto, áudios e diálogos. E a cereja do bolo para os gamers brasileiros, O JOGO CONTA COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS, o que ajuda E MUITO, uma parcela gamer que quer se aventurar na história, mas tem pouco ou nenhum conhecimento da língua inglesa. Então, toda e qualquer empresa que localiza um jogo, seja com legendas, seja com dublagem, já merece um ponto de respeito por parte dos gamers brasileiros, pois é uma infâmia pagarmos um terço do salário mínimo num game, e ele ainda vir com dezenas de línguas, menos o português. Então, palmas pra EA. No primeiro jogo, Isaac não falava, (apenas no 2o e no triste 3o título), e o que os caras fizeram? Trouxeram o dublador de Isaac Clarke das duas sequências e adicionaram voz ao personagem para o remake. Isso é incrível em todos os sentidos e mostra o quão comprometidos estavam com esse remake.
A ambientação é seu maior inimigo
A USG Ishimura é um nave de mineração com muitas áreas prontas para exploração, divididas em diferentes seções que podem ser percorridas por meio de um sistema de trem interno. Entretanto,passear por esse parque de terror é tenso do inicio ao fim, graças a incrível ambientação do game. Se no primeiro jogo, toda a atmosfera já era opressora, agora é impossível não se sentir retraído, com medo, cauteloso a cada passo dado durante sua jornada. Do assobio de uma válvula estourada ao tilintar dos canos, do barulho dos seus passos aos angustiantes gritos das criaturas que espreitam em todos os cantos e pra fechar essa cacofonia infernal, os gritos desesperadores da tripulação que ressoam à distância. Tudo no ambiente conspira contra você. O vapor enche os quartos e o piscar das luzes aumenta a tensão, bem como uma escuridão indesejada muitas vezes o impede de ver exatamente onde você está. Esse pacote, mesmo escuro, tem uma beleza estupidamente incrível e detalhada nessa versão graças aos consoles de nova geração e o motor gráfico utilizado no jogo. A riqueza de detalhes no ambiente, nas roupas de Isaac, na iluminação, poeira, destroços, sangue. Tudo beira um realismo assustador. E isso só torna o jogo ainda mais incrível e imersivel.
Necromorfs e Armas
Não importa quantas vezes você veja um necromorf, você sempre irá tomar um susto, vai travar por um milésimo de segundo e em seguida entrará em ação (ou morrerá, a depender do tempo que vai levar pra reagir). Felizmente, temos uma variedade de armas que você ganha com o tempo, onde cada uma conta com atributos específicos contra monstros específicos, cada uma com sua mecânica de disparo alternativo que pode ser usada dependendo da situação. O cortador de plasma é a arma padrão (inclusive eu tenho uma réplica que veio na Collectors Edition do meu primeiro jogo, é, sou fanboy da série mesmo), e é com ela que eu fui até o fim do jogo, trocando uma vez ou outra, mas sempre, voltando para ela.
Há um total de sete armas para escolher, e você pode equipar quatro a qualquer momento podendo alternar entre elas rapidamente pressionando o D-pad. Já sobre seu gerenciamento de itens em estoque, com o tempo você pode atualizar seu traje para carregar mais coisas, o que é de muita ajuda se você, assim como eu, saí literalmente pegando tudo e qualquer item que apareça em tela (e quando vc mata um necromorf, pisar nele te da um item, ou seja, eu sempre estava carregando no limite).
Munição, packs de saúde, atualizações de armas (que precisam de um item específico chamada nod, que você encontra em pequenas caixas grudadas nas paredes ao longo do jogo) e muito mais podem ser adquiridos nos pontos de armazenamento espalhados pela nave, então você raramente terá dificuldade em encontrar munição. Os nods também podem ser coletados para melhorar as estatísticas de duas outras habilidades que também são desbloqueadas para adicionar camadas na jogabilidade e também são ideais para sair da Ishimura (quem não quer dar um role no vácuo do espaço, não é mesmo?). Você pode desacelerar inimigos com a habilidade “estase” e os objetos também podem ser movidos por meio do poder do “kinesis”, seja puxando um item em sua direção ou lançando algo em um inimigo, há muitas maneiras de você ser criativo na hora de detonar os monstros da nave.
Apesar de ter todas essas habilidades e armas, os Necromorfs aparecem aleatoriamente e, mesmo após a morte, uma área previamente visitada pode te reservar horriveis surpresas. Esses encontros dinâmicos são um dos pontos mais incríveis em Dead Space, tornando todo o jogo uma experiência enervante e surpreendente, me deixando com medo de cada espaço por onde passei. Mesmo os savepoints não são seguros, houve momentos em que fui salvar, apenas para ser atacado por trás. Elevadores e salas de suprimentos também me deixaram lutando contra monstros, deixando eu, que sou uma pessoa ansiosa, com o coração na mão durante muito tempo.Dead Space está repleto de quebra-cabeças, embora nunca sejam particularmente difíceis de resolver, eles usam todas as suas habilidades. Alguns dos melhores momentos vieram ao entrar em áreas de gravidade zero e usar propulsores para voar livremente, algo diferente do original. Muitas vezes havia algo que eu precisava resolver nessas áreas, e mais uma vez, a mágica acontece com o som ficando abafado (já que no espaço não tem ar, portanto, sem som) e uma ambientação branca, brilhante e ao mesmo tempo suja da poeira espacial. É impossível não parar por um tempo e só ficar flutuando admirando o cenário.
Dead Space é um remake excepcional que não é para os fracos de coração. Não é apenas sangrento e aterrorizante, mas também faz uso perfeito de sua atmosfera, mostrando por que o original era tão bom e dando aos jogadores uma versão nova e emocionante. Os cenários de combate são variados e imprevisíveis, os quebra-cabeças são envolventes, e a história é interessante, com atuações sólidas da maior parte do elenco. Pode ser um pouco demais para os jogadores mais sensíveis, mas estou mais do que feliz por jogar novamente e ter uma experiência completamente nova, esse que é o meu jogo de survival horror favorito (Sorry R.E, meu coração sempre foi do espaço).
Fizemos esse review com um código para PS5 enviado pela EA Games Brasil, ao qual agradecemos pela parceria e confiança.