A 6ª temporada de Black Mirror apresenta uma tentativa de revitalizar a série, buscando um caminho diferente e explorando novas temáticas. Embora não atinja o mesmo impacto das temporadas anteriores, a série merece reconhecimento por sua coragem em buscar uma identidade renovada.
“Joan Is Awful” abre a temporada com uma sátira aos algoritmos e à submissão tecnológica, mas falha ao não desenvolver suas ideias de forma satisfatória. O episódio se perde em um jogo de gato e rato tedioso, sem aprofundar-se além da ideia inicial.
Em contrapartida, “Loch Henry” aborda o tema controverso do “true crime”, explorando os limites éticos do jornalismo. A série faz uma crítica à banalização da violência, mostrando as consequências reais dessa abordagem. É um dos episódios mais interessantes da temporada.
Já em “Beyond the Sea”, a série mescla comédia, romance e ficção científica de forma surpreendente. O diretor consegue manter a tensão mesmo em meio a esses diferentes elementos, enquanto Charlie Brooker explora as escolhas morais dos personagens. O episódio instiga o espectador a refletir sobre suas próprias decisões.
Infelizmente, “Mazey Day” se destaca negativamente como o episódio mais desinteressante e genérico da temporada. Não apresenta uma direção clara e desperdiça o potencial de suas ideias, tornando-se apenas mais um terror sem profundidade.
Por sua vez, “Demon 79” é curioso ao abandonar as distopias tecnológicas e adentrar no universo fantástico das lendas urbanas e mitos antigos. Embora não concilie perfeitamente suas ideias, o episódio mostra a disposição de Black Mirror em explorar novos caminhos e sair de sua zona de conforto.
Em suma, a 6ª temporada de Black Mirror não alcança o mesmo nível de impacto das anteriores. No entanto, é louvável o esforço da série em buscar uma identidade renovada, explorando novos temas e estilos narrativos.
Ainda há espaço para o futuro da série, desde que continue a evoluir e encontrar seu caminho em meio às mudanças da indústria.