Se o inferno é uma adolescente, Wandinha Addams certamente aceita o elogio. A icônica filha da família Addams, obcecada pela morte e dona de um humor ácido, retorna em sua segunda temporada na Netflix, mantendo o visual marcante e o tom sombrio que conquistaram milhões de fãs em 2022. Com Jenna Ortega novamente no papel principal, a série continua a misturar drama adolescente com elementos sobrenaturais, mas desta vez repete fórmulas já conhecidas, deixando a desejar em originalidade.
Desta vez, Wandinha enfrenta um novo desafio: sua popularidade inesperada em Nevermore, resultado de seus feitos heroicos na primeira temporada. A situação ecoa a própria ascensão meteórica de Ortega ao estrelato, embora a personagem lide com a fama de maneira bem mais macabra. Enquanto isso, seus poderes psíquicos começam a falhar, levando-a a investigar mistérios sombrios envolvendo o hospital psiquiátrico Willow Hill e o destino de sua amiga Enid (Emma Myers).
A dinâmica entre Wandinha e Enid, que encantou os fãs na primeira temporada, sofre aqui, com a protagonista afastando a amiga para protegê-la – uma decisão que pode frustrar os espectadores que esperavam um aprofundamento no relacionamento das duas. No lugar, surge Agnes (Evie Templeton), uma admiradora excêntrica que tenta se tornar a nova parceira de Wandinha, enquanto novos personagens, como a professora de música Miss Capri (Billie Piper), tentam preencher o vazio deixado por Christina Ricci.
O grande trunfo desta temporada está na maior presença da família Addams. Catherine Zeta-Jones brilha como Morticia, com seu humor afiado e elegância sinistra, enquanto Fred Armisen rouba cenas como o excêntrico Tio Chico. Steve Buscemi, infelizmente subutilizado como o novo diretor de Nevermore, não consegue deixar a mesma marca.
O roteiro, repleto de frases de efeito e referências intelectuais (de Voltaire a trocadilhos sobre assassinatos), cansa após algumas horas. A direção de Tim Burton em parte dos episódios garante um visual deslumbrante, mas a narrativa se arrasta, prolongando-se além do necessário. No fundo, Wandinha continua sendo uma mistura previsível de coming-of-age, mistério e sobrenatural – como se Emily in Paris, X-Men e Riverdale fossem fundidos em um único produto.
Se você é fã do universo Addams, vale pelo estilo e pelas atuações. Caso contrário, a fórmula repetitiva pode não justificar o tempo de tela.
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