A sexta e última temporada de Cobra Kai chega ao fim com a Parte 3, fechando com chave de ouro uma saga que resgatou o espírito de Karate Kid para uma nova geração. Com cinco episódios repletos de duelos eletrizantes, reviravoltas emocionais e humor característico, a série prova por que se tornou um fenômeno entre sequências de legado.
Após a morte trágica de um competidor no Sekai Taikai — evento que abalou o elenco na Parte 2 —, a narrativa retorna ao Vale San Fernando, cenário icônico que moldou a rivalidade entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka). Essa volta ao lar não é apenas geográfica, mas simbólica: a série reconecta-se às suas origens, priorizando os conflitos pessoais dos mentores sobre os dramas da nova geração.
Zabka brilha em cenas carregadas de melancolia, explorando a solidão de Johnny pós-derrota em 1984, enquanto Macchio personifica a evolução de Daniel, agora um sensei que finalmente internaliza os ensinamentos de Miyagi.
A Parte 3 não economiza em confrontos. Terry Silver (Thomas Ian Griffith), vilão emblemático com seu visual business-casual e ética questionável, enfrenta um destino que mistura justiça poética e surpresa. Já John Kreese (Martin Kove) recebe um arco que oscila entre remorso e resgate, culminando em um embate emocional com Johnny — um dos momentos mais crus da temporada.
Enquanto os jovens competidores enfrentam adversários implacáveis (como os Iron Dragons), a série equilibra clichês underdog com mensagens genuínas sobre resiliência. As vitórias não são apenas sobre troféus, mas sobre crescimento pessoal — algo que Cobra Kai domina desde sua estreia.
Apesar de mergulhar em temas sombrios, a série mantém seu DNA divertido. Cenas de comédia pastelão — como um parto caótico e propostas românticas desastrosas — contrastam com duelos de alta tensão, lembrando-nos que Cobra Kai sempre foi uma mistura única de tomadas despretensiosas e drama visceral.
Alguns fios narrativos de personagens secundários ficam subutilizados (como Kwon e Robby), mas o foco nos protagonistas garante um fechamento satisfatório. A decisão de dividir a temporada em três partes, embora fragmentada, permitiu um epílogo concentrado em encerrar ciclos, evitando deixar pontas soltas para possíveis spin-offs.
Cobra Kai encerra sua jornada como começou: com ação frenética, coração e uma trilha sonora cheia de guitarra. Se o retorno ao Vale San Fernando parecia previsível, as reviravoltas finais surpreendem, especialmente na cena que homenageia o duelo clássico de 1984.
A série, que já nasceu como underdog, consolida-se como um dos melhores legados da cultura pop recente, provando que histórias de redenção e amadurecimento nunca envelhecem. Para fãs de Karate Kid e novatos, a mensagem é clara: “Não existe mau aluno, só mau professor” — e Cobra Kai foi, sem dúvida, um mestre excepcional.
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